quarta-feira, 15 de julho de 2015

Atividade de reposição de Geografia para o 1º ano D

Leia a crônica abaixo e, em seguida responda às questões:

Mapa

Ganhei um mapa do mateus. Um mapa-múndi. Imenso, obra da National Geographic. Grande, como convém a um mapa-múndi. Abri o distinto em cima da mesa de jantar. pousou solene. E olhei para ele.
Claro que eu já tinha olhado para vários mapa-múndis (ou seriam mapas-múndi?). Olhado. mas nunca tinha parado para observar mesmo. Pra valer. pra preencher esse espaço aqui, é preciso muita água e muita terra.
A primeira coisa que descobri é que múndi tem acento.
Fui percebendo aquelas coisas óbvias, como se chegar a América do Sul perto da África, encaixa direitinho. Talvez venha daí a história da Mama África. Porque abraça mesmo. Acolhe gostoso.
Viajando, percebe-se que a mesma hora aqui do Brasil é a mesma hora de um bom pedaço da branquíssima Antártida. Aqui em São Paulo, agora, é a mesma hora que em Geleira de Base. Deve ser de lá que vem nosso frio. (...)
e essa mesma hora, agora por exemplo, não é mais a mesma, é a mesma lá na  Groenlândia. Você jamais poderia imaginas uma coisa dessas, eu sei.
A África, por exemplo, não é mais a mesma. mudaram o nome de quase tudo. Tudo bem que aqueles países tinham que se libertar dos ingleses, dos belgas, franceses e portugueses. Mas precisava mudar o nome? Quer nome mais bonito de país do que Congo Belga? É de uma sonoridade quase musical. E musical africano, claro, com o congo batendo ritmo. E belga. eu não sei bem por quê, mas tudo que é belga eu já acho legal. Você já viu alguma coisa belga, ruim? Belga não enche o saco de ninguém. Não dá o mínimo trabalho. Não cria caso. E aquele canário belga que o seu pai tinha na gaiola?
(...)
E o Alasca, hein? Quer coisa mais fora do caminho do que o Alasca? Pra ir a lugar nenhum passa pelo Alasca. ninguém faz escala lá. Não deve ter nem hotel. Além de fora de lugar, fica fora do próprio país. Ou seja, não dá para sair do estado do Alasca nem para ir para os Estados Unidos.
(...)
Fui lá para o cantinho da Rússia ver se achava Vladvostok. Quem é que nunca quis conquistar Vladvostok com seus exércitos de plástico em plena War? Ali, se não houvesse algum acidente de percurso, a gente estava a um passo de invadir os Estados Unidos pelo Alasca. Ah, por isso que o Alasca foi comprado pelos americanos. Agora ficou claro, olhando aqui no mapa. E o War dava a dica. Jogo de americano, é claro.
Tá lá Uberaba, onde nasci. E não está Lins (Mateus!!!). Mas também não está Lins, onde nasceu Hitler, da Áustria.
Aquela Europa tão apertadinha, tão pequena. Aquela Itália que conquistou o mundo todo.
Fui ver direitinho onde ficava Marrakech. Ta lá, pra lá de Casablanca e antes de Agadir, um filme e uma novela. Achei Bangladesh, do guru, e Liverpool do Paul, John e do George. Existe a cidade.
Vontade braba de viajar.
Atenas, a ilha de Creta, Woodstock, Beirute, Damasco, Alexandria. Tá tudo lá. É só procurar e achar.
E ver, talvez tardiamente, que o mundo existe mesmo. Tá na nossa cara e a gente insiste em não olhar para ele. E olhar, infelizmente olhar, cada vez mais, pra gente mesmo.
Acho melhor a gente viajar mais...

(PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro, Objetiva,2001, p. 76-79)

1. Em que trechos do texto, e de que forma, o autor faz deduções a respeito do tempo metereológico e da geologia a partir da simples observação do mapa-múndi?

2. O mapa é uma forma de linguagem. Pode registrar transformações ocorridas no espaço geográfico a partir das informações que apresenta e com base no conhecimento que já possuímos. Com base nisso responda:

a) Por que o cronista, ao observar o mapa, que a África não é mais a mesma?

b) É possível dizer que quais informações o mapa apresenta e que conhecimentos o autor da crônica possuía sobre o continente africano?

3. Liste os tipos de informações  que podem ser encontradas num mapa-múndi como o mencionado na crônica "Mapa".




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