quinta-feira, 16 de julho de 2015

Atividade de reposição de Geografia para os 3º anos A, C e D

Leia o texto, e a seguir responda às questões:

África

            O início do processo de ocupação do continente africano pelos europeus ocorreu de duas formas. A primeira, de caráter comercial, iniciou-se entre os séculos XV e XIX e caracterizou-se pela ocupação de algumas áreas litorâneas, utilizadas para o comércio de mercadorias (peles, ouro, pedras preciosas, madeira, marfim) e escravos. A segunda, pela ocupação e domínio do território africano. É esta segunda fase que será abordada na seqüência.

Colonização: partilha da África

            Na segunda metade do século XIX, os países europeus industrializados disputavam áreas no mundo, principalmente na África e na Ásia, que lhes garantissem o fornecimento de matérias-primas, o consumo de produtos e onde pudessem investir o excedente de seus capitais.
            Grandes explorações geográficas foram organizadas com o objetivo de descobrir riquezas, dominar povos e territórios no continente africano. Posteriormente, foram organizadas expedições missionárias com o propósito de doutrinar os povos africanos, impondo a religião e a cultura do branco europeu. A partir da dominação das relações comerciais locais, da exploração mineral e da intervenção em assuntos políticos internos das populações autóctones (que é de origem do local onde se encontra, sem resultar de imigração; aborígene, indígena, nativo), instituiu-se a efetiva colonização da África.
            Este processo não ocorreu de forma pacífica, devido à rivalidade entre as potências europeias, que “jogavam” seus domínios africanos uns contra os outros, com a finalidade de ampliar suas conquistas territoriais. Esta atitude dos europeus reflete-se até os dias atuais, observada principalmente nos conflitos étnicos que ocorrem na Europa. Os africanos resistiram á dominação, fato que resultou na morte de milhares de pessoas e dizimou milhares de organizações tribais.
            A partir de 1880, a disputa pelo domínio do território africano intensificou-se, exigindo por parte dos europeus uma organização para tentar evitar confrontos desgastantes para todos. Em 1884, as principais potências europeias reuniram-se na Conferência de Berlim a fim de normatizar a ocupação da África. Nessa reunião, o continente africano foi dividido sem que fossem respeitadas as características étnicas, culturais, linguísticas e históricas de cada povo dominado. Esse fato levou à desorganização política-econômica e social das antigas comunidades africanas, tirando-lhes a identidade cultural.
            Das 40 unidades políticas divididas até 1913,36 passaram a ser controladas diretamente pelos europeus. Apenas a Etiópia, que havia expulsado os italianos de seu território, e a Libéria, ligada ao Estados Unidos, mantivera-se independentes. No início da Primeira Guerra Mundial, 90% do continente africano encontrava-se sob domínio absoluto dos europeus. Somente a França detinha um terço da África.

Descolonização da África

            Em 1939, sete potências europeias ainda mantinham dominações na África: Grã-Bretanha, França, Holanda, Itália, Bélgica, Espanha e Portugal. Alguns desses países passaram a estimular o autogoverno, sem concederem, entretanto, a independência política.
            A partir do final da Segunda Guerra Mundial, uma Europa destruída e politicamente enfraquecida assistiu a uma série de movimentos separatistas por toda a África. Contudo, a independência da maior parte dos países africanos somente concretizou-se nas décadas de 1960 e 1970 do século XX.
            Muitos desses movimentos separatistas contaram com o apoio militar e bélico dos soviéticos, que tinham por objetivo expandir seus domínios e viam, nos novos países, um terreno fértil para isso. A ação dos soviéticos fez com que os Estados Unidos passassem a apoiar às facções contrárias a ingerência soviética. Além, disso, os Estados Unidos, passaram a pressionar os países europeus para que realizassem uma independência negociada pelos africanos, para tentar mantê-los sob o regime capitalista.
            Neste novo cenário, a África, que havia se libertado recentemente da exploração européia, passou a ser palco de guerras e conflitos gerados pela Guerra Fria entre as novas superpotências mundiais, EUA e URSS.
            Com o fim da Guerra Fria, os países africanos deixaram de interessar aos poderosos países e passaram a enfrentar as conseqüências de sua história. Sua independência foi acompanhada de violência e da instalação de regimes políticos opressores.
            As fronteiras artificialmente criadas colocaram numa mesma fronteira povos diferentes e tribos milenarmente inimigas. Esse fato gerou uma acirrada luta pelo poder e por terras entre grupos étnicos distintos, uma grande dificuldade na manutenção de uma unidade nacional e a quase impossibilidade de se estabelecer uma organização político-econômica como Estados-Nação.
            A independência política não garantiu aos países africanos a autonomia e o desenvolvimento econômico, pois eles continuam mantendo operações comerciais predominantemente com as nações europeias, que também controlam a produção agrícola e o extrativismo mineral, por meio das multinacionais instaladas na África. Outro fator agravante nos países africanos é a existência de uma classe dominante europeias, que dificulta o desenvolvimento interno e a melhoria das condições de vida da população.

Conseqüências da colonização

            Entre as graves conseqüências deixadas pela colonização, destacam-se os conflitos étnicos e religiosos que devastaram o continente africano.
            Após a independência, várias guerras ocorreram na África: a guerra entre Somália e Etiópia, no período de 1977 até 1988; a guerra civil na Nigéria, conhecida como Guerra de Biafra, que durou de 1966 e perdurou até o final da década de 1980, caracterizada por guerrilhas contra a África do Sul, que exercia o domínio sobre a região.
            Esses conflitos, entre outros, levaram milhões de africanos à morte, diretamente ou pela fome. Um dos conflitos atuais que mais chocaram o mundo foi o que ocorreu entre os hutus e tutsis, em Ruanda.
Países como Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão, Quênia, Zâmbia, Uganda e Djibuti, nações nas quais a fome é responsável pela morte de milhões de africanos há muito tempo, foram afetados pela guerra e pela seca, responsáveis por destruir parte ou a totalidade de seus sistemas produtivos.
           






Atividade de Geografia


Objetivos: Identificar os processos econômicos da história da humanidade nas atuais desigualdades entre países ricos e pobres. Compreender os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

1.      Como se deu o processo de ocupação do continente africano pelos europeus na segunda metade do século XIX, na chamada corrida imperialista? Explique.


2.      Leia o relato de um professor universitário congolês, residente no Brasil:

“As conseqüências da descolonização da África são muitas, considerando, sobretudo, a questão das fronteiras, classificadas como ‘artificiais’, por, às vezes, separar povos de mesma língua ou da mesma tribo.”
Sébastien Kiwonghi Bizawu. O Conselho de
Segurança da ONU e os conflitos nos Grandes Lagos.
 Barueri: Minha Editora, 2008.p.57.)

Relacione as fronteiras artificiais à Conferência de Berlim.



3. A partir do final da Segunda Guerra Mundial, uma Europa destruída e politicamente enfraquecida assistiu a uma série de movimentos separatistas por toda a África. Contudo, a independência da maior parte dos países africanos somente concretizou-se nas décadas de 1960 e 1970 do século XX. Quais foram as duas potências mundiais que passaram a agir sobre o processo de independência desses países? E de que forma? Explique.


4.      A independência política de países africanos serviu como garantia para seu desenvolvimento econômico? Justifique sua resposta.


5.      Quais foram as conseqüências deixadas pela colonização na África?

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